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CEFET-MG

Psicólogos do CEFET-MG dão dicas sobre saúde mental no isolamento social

Segunda-feira, 6 de abril de 2020

Desde quando o CEFET-MG suspendeu as aulas em decorrência da pandemia do coronavírus, a estudante de Letras Amanda Coelho tem aproveitado o tempo livre em casa para ler livros há muito guardados, assistir a filmes e séries e fazer cursos online gratuitos oferecidos por instituições de ensino públicas. “Mais que essas atividades, acabou sendo um momento ótimo para interagir com a minha família”, conta.

No início do isolamento social, Amanda confessa que estranhou a nova rotina, já que tinha um dia a dia agitado durante a semana. Graduação, curso de inglês, estágio, academia, aulas aos sábados e passeio no fim de semana. “Eu não tenho costume de ficar muito em casa e, agora, ter que sair somente em caso de necessidade não está sendo fácil; nos primeiros dias foi pior, mas procurei os cursos para ocupar a mente, não ficar pensando que não vou mais poder sair de casa nesse momento”, diz.

Não é todo mundo que consegue administrar o isolamento social com leveza, como Amanda, e manter a saúde mental. A interrupção das atividades rotineiras pode agravar quadros de ansiedade e episódios depressivos, como aponta o psicólogo do campus Divinópolis Pedro Eduardo Chaltein. Segundo o profissional, do ponto de vista psicológico, o confinamento pode trazer preocupações excessivas e abalar o estado emocional daqueles que estão sob ameaça e/ou perdendo seus empregos e sendo impedidos de ganhar seu sustento. Além disso, a convivência familiar, que muitas vezes não é harmoniosa, neste período de quarentena, precisa acontecer 24 horas por dia. “Isso pode ser preocupante nos lares onde há hostilidade, falta de respeito e de diálogo. No entanto, o medo da morte provocado pelo inimigo comum (a COVID-19) pode minimizar essas tensões, na medida em que o vírus passa ser o centro da atenção. Em outros lares será uma ótima oportunidade para aqueles que estão dispostos a lidar com seus conflitos, rever seus posicionamentos, valores, exercitar a reflexão, praticar o respeito, ter outros olhares, permitir-se mudar, sorrir e resgatar o amor próprio, que é imprescindível para que se estabeleça uma relação afetiva saudável. Já nos lares onde há um bom convívio familiar, a relação pode melhorar ainda mais, mediante pequenos ajustes, pois, afinal, não somos perfeitos”, ressalta. Para Pedro, o exercício da paciência, da tolerância, da empatia, a cooperação e a união entre as pessoas são atitudes para tornar esses dias mais fáceis.

O psicólogo aponta pequenos sinais de adoecimento mental, como preocupação, ansiedade, alteração do humor, agitação, perda do apetite, do sono, medo. Se tais aspectos são intensificados ou prolongados por algum tempo, vão causar adoecimento. “Neste momento de confinamento, em que estamos adquirindo novos hábitos, é de bom observar nossos pensamentos, emoções, palavras e ações e direcioná-los para aspectos positivos. Dosar nossas atitudes e procurar fazer coisas que nos dão alegria e satisfação. Não bombardeie seu cérebro com excesso de notícias carregadas de tensão e sofrimento”, destaca.

O psicólogo sugere atividades para preencher o tempo em casa, como Amanda já vem fazendo. Para o estudante, por exemplo, a sugestão é definir um horário do dia para rever conteúdos, assistir a videoaulas e fazer uma leitura prazerosa. “Interagir virtualmente é uma boa maneira para manter contato com amigos, parentes e alimentar as relações afetivas. Contribuir com as tarefas domésticas é uma boa maneira de colaborar com a organização da casa. Lembrar de tirar um tempinho para exercitar-se, relaxar-se. Cuide de sua alimentação, ouça música, faça alguma atividade artística de que goste. Enfim, distribua seu tempo de forma que possa descansar e ter uma boa noite de sono, fortalecendo, dessa maneira, seu corpo e aumentando sua imunidade”, sugere Pedro.

O psicólogo do campus Leopoldina Eduardo Rocha ressalta a importância de cuidar da mente e do corpo, como higienizar as mãos e evitar o contato com o rosto, evitar alimentação indigesta e excessiva, não fazer uso de medicação sem prescrição médica, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de outras drogas como estratégia diante dos momentos mais desafiadores, não se esquecer de beber água em abundância, fazer atividades físicas e exercícios de relaxamento. “Tenha tempo para o lazer. Jogos de tabuleiro, literatura e filmes com temáticas inspiradoras e positivas são boas dicas”, indica Eduardo.

Secretaria de Política Estudantil

No cuidado com a saúde mental, a Secretaria de Política Estudantil (SPE) do CEFET-MG contribui para a gestão saudável dessa nova rotina, em espaço de confinamento e na dinâmica dos relacionamentos interpessoais. Na página da SPE, você encontra dicas de serviços psicológicos gratuitos e mais orientações sobre saúde mental.

Redação – Secretaria de Comunicação Social / CEFET-MG