MAPA DO SITE ACESSIBILIDADE ALTO CONTRASTE
CEFET-MG

Setembro Amarelo: Cuidados fundamentais com saúde mental na pandemia

Quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento, já pensaram em dar um fim à própria vida, sendo que, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Pensando na possibilidade de evitar que os pensamentos suicidas se tornem reais, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) criaram o Setembro Amarelo. Criada em 2015, a campanha busca conscientizar as pessoas sobre a prevenção do suicídio.

Nesse sentido, os psicólogos do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) do CEFET-MG Raquel Freitas e Matheus Bocardi destacam a importância da mobilização para abordar a saúde mental. “Nossa vida moderna e acelerada acaba afetando muito a forma como nos relacionamos, seja com pessoas próximas, familiares e amigos, seja com colegas de trabalho. Temos uma cultura que não favorece abertura e disponibilidade para que possamos compartilhar emoções e experiências de vida. Essa ‘desumanização’ tem consequências muito ruins. Acredito que a campanha do Setembro Amarelo, e agora a própria pandemia, são oportunidades de resgatarmos essa necessidade humana de mais compaixão e empatia pela dor do outro”, destaca Raquel.

Nesse momento de isolamento social, para melhorar nossa saúde mental, os psicólogos ressaltam que as estratégias podem ser diversas e muito pessoais, mas o importante é termos como foco atividades diárias relacionadas ao autocuidado, relaxamento, diversão e descanso. “Na verdade, o isolamento social não nos trouxe essas necessidades, elas sempre existiram. O isolamento e a ‘pausa forçada’ só nos fez perceber com mais clareza o quanto estávamos deixando de lado tudo isso e também nos trouxe desafios de exercitar nossa criatividade para elaborar novas estratégias para atender a essas mesmas necessidades”, pontua Matheus.

Algumas atitudes podem ser tomadas na pandemia para que a depressão e a ansiedade não tomem conta de nossas vidas. Buscar ajuda de pessoas e profissionais que possam nos apoiar a passar por esses momentos de maneira menos sofrida é uma delas. “Uma atitude pequena, mas que muda muito o enfrentamento desse tipo de adoecimento é confiar que que não estamos sozinhos, ou que não precisamos enfrentar tudo sozinhos para sermos ‘fortes’… As pessoas confundem muito ‘vulnerabilidade’ com fraqueza… Enquanto na verdade, quando vemos pessoas sendo autênticas e verdadeiras, se abrindo e falando de si mesmas, enxergamos estas pessoas como corajosas e fortes”, explica Raquel.

É importante que as pessoas próximas fiquem atentas aos sinais, porque geralmente aqueles que estão com ideações suicidas não acreditam ou duvidam que as pessoas e o mundo são confiáveis, ou que há alguém no mundo que possa compreendê-la de verdade, ou aceitá-la como ela é. A família, nesse sentido, tem papel crucial na percepção de sinais e também na prevenção ao suicídio. “Geralmente, é muito comum haver um histórico de conflitos familiares que não se iniciou no momento em que a pessoa está demonstrando já os primeiros sinais… É um processo que pode ter se iniciado em ‘pequenas’ questões, que foram se acumulando ao longo do desenvolvimento e dos eventos da vida de cada um… É sempre importante, então, a família estar aberta a também buscar ajuda ou, no mínimo, refletir e repensar se há algo que possa mudar individualmente para que possa ajudar a outra pessoa a se sentir mais aceita e importante! Aceitação e importância são necessidades humanas fundamentais”, afirma Matheus.

Nos sites do Ministério da Saúde e do CVV, as pessoas podem acessar para obter mais informações sobre o Setembro Amarelo: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio e https://www.cvv.org.br/blog/.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/CEFET-MG