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COVID-19: intercambistas do CEFET-MG vivenciam pandemia longe de casa
Segunda-feira, 15 de junho de 2020
A suspensão de aulas presenciais foi uma das primeiras medidas tomadas pelos governos de vários países no combate ao novo coronavírus (COVID-19). Uma mudança repentina para todos os estudantes e que trouxe uma dúvida extra para aqueles que, no início do isolamento, estavam longe do Brasil fazendo intercâmbio acadêmico: permanecer no exterior ou retornar para casa?
Atualmente, o CEFET-MG conta com 64 estudantes em mobilidade internacional: 45 participando do Programa de Mobilidade Acadêmica na Alemanha, França, Portugal e Argentina; 18 no Programa de Mobilidade de Dupla Diplomação em Portugal; e um no Programa de Estágio de Pós-Graduação na França – além de um professor em Programa de Mobilidade Docente em Portugal. As universidades estrangeiras em que estudam optaram por dar continuidade ao semestre por meio da oferta do ensino a distância.
Dos intercambistas, apenas um aluno, que estava na Argentina, decidiu interromper o intercâmbio, devido à falta de previsão de quando seria o retorno das atividades presenciais.
Secretaria de Relações Internacionais acompanha intercambistas
Em março, a partir da primeira reunião do Comitê Gestor de Crise do CEFET-MG, os intercambistas receberam orientações quanto às formas de prevenção da doença e foram orientados a seguir as recomendações das instituições estrangeiras e conversar com os familiares para decidir se deveriam antecipar o retorno ao Brasil, ou não. Nessa etapa, a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) ressaltou que eles receberiam todo o apoio necessário em quaisquer das decisões que tomassem.
Outro cuidado adotado pela SRI em conjunto com a Diretoria de Graduação (Dirgrad) foi providenciar a criação de um grupo de WhatsApp para reunir todos os intercambistas. Nesse espaço, são discutidas questões relacionadas à situação de cada instituição estrangeira, o estado de saúde dos estudantes e outras demandas eventualmente apresentadas por eles. Todos os intercambistas possuem seguro saúde com validade durante todo o período de mobilidade.
“Acredito que permanecer no exterior foi uma decisão madura dos alunos. Para tomarem essa atitude, levaram em consideração a situação de cada país e do Brasil, o apoio que cada Instituição estava e está dando a todos eles, a possível insegurança sanitária no trajeto de retorno ao Brasil, o fato de contarem com a bolsa de apoio paga pelo CEFET-MG e, especialmente, o apoio familiar”, comentou Liliane Neves, coordenadora de cooperação internacional.
Igor Brugnara – Alemanha
Igor Brugnara, estudante de Engenharia de Produção Civil no campus II (Belo Horizonte), está em Berlim desde o mês de fevereiro. Apesar do curso de alemão ofertado pela Beuth University of Applied Sciences, onde foi selecionado para mobilidade, começar as aulas apenas em março, resolveu ir antes para estudar o idioma germânico em um curso particular intensivo e assim estar mais preparado. A ida antecipada ao país oportunizou que vivenciasse a “vida normal” antes da chegada da pandemia ao país.
Nesse curto período, adaptou-se ao frio do inverno europeu e ao transporte público de Berlim e visitou as principais atrações da cidade, assim como conheceu pessoas de diferentes países. O que já sabe do idioma local, teve a oportunidade de praticar em restaurante ou lojas menores, onde nem sempre falam ou compreendem o inglês.
Em relação aos estudos na universidade, Igor teve que passar por um período de incertezas enquanto o vírus ia se espalhando pelo país, sem saber se o semestre letivo previsto para se iniciar em 1º de abril iria ou não ocorrer. Ao final, a Instituição resolveu manter o semestre em plataforma virtual. As aulas, dessa maneira, iniciaram-se no dia 20 de abril e se encerram no dia 17 de julho.
“O mais difícil e frustrante foi o isolamento social vivido nas primeiras semanas, o que afetou o psicológico de praticamente todos, mas logo a situação foi se flexibilizando e já está quase normalizada. Posso dizer que o povo alemão não é muito caloroso, como o brasileiro, e que a língua é um impasse, mas com certeza essa experiência e a vida de intercambista vão permitir um crescimento pessoal e profissional enorme”, analisa o estudante, que está decidido a vivenciar todo o seu intercâmbio no país, cujo término está previsto para fevereiro de 2021.
Lilian Freitas – Portugal
Lilian Freitas, aluna de Engenharia Civil no campus Varginha, está participando de mobilidade internacional com duração de um semestre no Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Em fevereiro, a estudante chegou a ter aulas presenciais antes do surgimento dos primeiros casos no país. Entretanto, em março, as aulas foram suspensas.
A jovem elogia as decisões adotadas pelo país e a postura adotada pela população local, que foi educada e responsável, seguindo todas as recomendações de saúde. O resultado disso foi o baixo número de casos/mortes em relação a países próximos, como Espanha, França e Itália.
“Optei por continuar em Portugal e todo o meu período da mobilidade está ocorrendo a distância. A segurança de todos foi preservada. Apesar de tudo, tem sido uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal”, avalia a estudante.
A jovem retorna ao Brasil no mês de julho, quando acaba o seu período de mobilidade. Atualmente, planeja com a família os detalhes do seu retorno ao país, para que ocorra da maneira mais segura possível. Inicialmente, acredita que irá passar o período de quarentena, recomendado nos casos de viagem internacional, em uma propriedade rural da família.
Redação – Secretaria de Comunicação Social / CEFET-MG