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CEFET-MG

Outubro Rosa: profissionais alertam sobre a prevenção do câncer de mama

Quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Aos 35 anos, Mariana Lacerda, da cidade de Almenara, foi diagnosticada com câncer de mama. Foram sete meses de quimioterapia, duas cirurgias de mastectomia e esvaziamento de axila, 25 sessões de radioterapia e um ano e meio de tratamento intensivo. Em Belo Horizonte, Mariana encontrou apoio da equipe do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass) do CEFET-MG devido à proximidade com a assistente social Maria Salete Guimarães. “Fui muito bem recebida no CEFET-MG por toda equipe médica, sempre tirando dúvidas e me dando apoio emocional, porque não é fácil lidar com um câncer. Recebi carinho e conforto vindos de todos os profissionais que tive o prazer de conhecer na Instituição”, afirma Mariana.

Assim como Mariana, muitas brasileiras lutam para vencer a doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão do Ministério da Saúde, o câncer de mama e de pulmão são os mais incidentes no mundo. Para o Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que ocorrerão 625 mil casos novos de câncer. O câncer de pele não melanoma será o mais incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada). Assim, a importância do diagnóstico precoce para maiores chances de cura.

Para fortalecer a conscientização do autoexame, a campanha Outubro Rosa visa alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. No Brasil, as campanhas acontecem desde 2002, mas foram instituídas por lei federal em 2018. “As campanhas como o Outubro Rosa são de fundamental importância não só pela divulgação de medidas específicas de prevenção para a doença da mama como também pela oportunidade de se discutirem diversos outros aspectos relevantes associados ao processo de adoecimento da mulher”, explica o médico do Siass Márcio Geraldo Moreira.

No CEFET-MG, a equipe do Siass, formada por fisioterapeutas, psicólogos, médicos, enfermeiros e assistentes sociais, cada um com sua especificidade, alerta sobre a importância da prevenção e os cuidados com a saúde. “Assumir a prevenção do câncer de mama fazendo regularmente o autoexame e a mamografia representa autoestima e coragem.  Sabemos que o diagnóstico precoce é essencial para um tratamento bem sucedido e  sem sequelas. Muitas vezes, a pessoa deixa para depois por medo do tratamento. E este medo somente atrapalha”, ressalta a assistente social Maria Salete Guimarães.

A equipe de enfermagem, segundo a enfermeira  Chaiene Menezes, utiliza as ações de educação em saúde para levar ao público informações que contemplam um estilo de vida saudável por meio da alimentação, o peso corporal adequado, a prática de atividades físicas regularmente, não fumar nem fazer o uso de álcool, evitar comportamentos que aumentam o estresse no dia a dia e evitar o uso de hormônios sintéticos em altas doses. “Sabemos também que quanto mais precoce o diagnóstico do câncer de mama, maior a chance de cura, logo, autoconhecimento e autocuidado com seu próprio corpo são fundamentais”, destaca Chaiene.

A fisioterapia possui também papel fundamental no processo preventivo. “A fisioterapia oncológica atua desde a preparação do paciente para a cirurgia até a reabilitação funcional no pós-operatório imediato e tardio. E aborda vários aspectos como controle da dor e alterações de sensibilidade, redução do linfedema, das aderências cicatriciais, da fadiga, da fraqueza muscular e da limitação na mobilidade do ombro e do braço, que podem ocorrer após os tratamentos cirúrgico e complementares”, explica a fisioterapeuta Isabella de Oliveira.

A saúde mental também possui potencial estratégico na prevenção e no tratamento da saúde física. O psicólogo Matheus Bocardi alerta para o aumento da chance de desenvolvimento de transtornos e sintomas psicológicos nos pacientes do câncer, mas o tratamento em saúde mental associado ao câncer melhora o engajamento, a motivação para mudança, auxilia no enfrentamento do medo, da desesperança e até mesmo de dores advindas das intervenções oncológicas. “Seguindo na linha otimista, melhores índices de saúde mental ajudam até mesmo na promoção de saúde em pessoas que não possuem o diagnóstico. Então, se você quer se prevenir por completo, saiba que a mente, em harmonia com o corpo, pode te proporcionar amor próprio, autoimagem positiva, quebra da vergonha da exposição de suas partes íntimas ao médico, até a liberdade de se tocar sem medo, culminando na autoexploração de sinais no corpo que podem antecipar uma procura por avaliação médica. Se há sinal de desequilíbrio no aparato mente-corpo, seja na prevenção, seja no tratamento, você está perdendo uma ótima oportunidade de contar com um profissional de saúde mental na união de forças em prol do seu bem-estar”, conclui Matheus.

O psiquiatra do Siass Gustavo Coutinho chama a atenção para a dura experiência vivenciada pela mulher. “Desde a primeira alteração em um exame de rotina, surge o medo do diagnóstico, então da morte. Submeter-se ao tratamento também carrega angústias. Realizar uma cirurgia que afeta uma parte tão feminina do corpo; utilizar um quimioterápico que bloqueia o hormônio feminino, o mesmo que quando declina naturalmente, leva aos sintomas do climatério. Muitas vezes, surge uma depressão difícil de tratar. A experiência singular é variada, desde a sensação engrandecedora de superar dificuldades ao padecimento depressivo inevitável. Vejo meu papel como psiquiatra em cuidar da mente dessas mulheres em luta, enquanto elas cuidam do corpo”, ressalta.

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM CEFET-MG