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CEFET-MG prioriza investimentos para inclusão digital de alunos vulneráveis

Quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Nesta quarta (16), termina o 1º semestre letivo de 2020 nos cursos do CEFET-MG e grande parte das atividades letivas aconteceu virtualmente. Desde agosto, o Ensino Remoto Emergencial (ERE) tem desafiado professores e alunos a reinventar estratégias de ensino e aprendizagem. Tem também motivado esforços conjuntos para que nenhum aluno seja excluído por falta de acesso aos recursos mínimos tecnológicos para o acompanhamento das aulas.

A Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE) tem atuado nos níveis assistencial e pedagógico para assegurar a permanência dos estudantes nos cursos durante a pandemia. Para promover a inclusão digital, imprescindível ao ensino remoto, quatro tipos de auxílios foram disponibilizados durante o semestre para alunos socialmente vulneráveis: contratação de pacote de dados, instalação de antena em zona rural, aquisição de equipamentos e compra de computador.

Desde agosto, o CEFET-MG oferta bolsa para aquisição de pacote de dados no valor de R$80 por mês. Inicialmente, 2.100 alunos foram beneficiados; hoje, já são mais de 2.300. Nesses cinco meses, o valor investido só nessa modalidade ultrapassa R$800 mil.

As barreiras geográficas também não impediram o acesso ao ensino. Estudantes que moram em zona rural foram beneficiados com instalação de antena ou satélite para que o sinal de internet chegasse. Cada aluno foi atendido com um valor de R$800 e, até o momento, foram gastos R$7.400, com previsão de mais R$1.600.

Também foram disponibilizadas para os estudantes bolsas para aquisição de acessórios importantes para o acompanhamento das aulas, como webcams, baterias, microfones… Cada estudante que apresentou essa demanda recebeu R$300. No total, foram investidos R$14.100.

E uma dessas ações mudou radicalmente a relação dos estudantes com o ensino remoto: mais de 900 alunos receberam a quantia de R$1.500 cada para comprar o seu próprio computador. No total, quase um R$1,5 milhão foi investido. “A inclusão digital é um direito dos estudantes, previsto no Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), mas nem toda Instituição consegue fazer esse investimento, por escolhas financeiras ou viabilidade de recursos. O CEFET-MG, neste momento de pandemia, preocupou-se em garantir esse direito e escolheu fazer a inclusão a digital, mobilizando todos os esforços possíveis para que os alunos acompanhassem as aulas”, explica a professora Carolina Riente, diretora de Desenvolvimento Estudantil.

Além dos incentivos financeiros para a inclusão digital, a professora destaca que todas as bolsas assistenciais foram mantidas o ano todo e nenhuma seleção foi interrompida durante a pandemia, pelo contrário. “Independente de ser férias ou não, elas foram pagas, inclusive integralmente, como nos meses de julho e dezembro, em que são parciais. Também pagaremos integralmente em janeiro”, completa.

Para garantir a execução de todas essas ações, a Diretoria de Planejamento e Gestão (DPG) também destinou R$1 milhão da própria Instituição.  “Os recursos do orçamento do CEFET-MG foram destinados para complementar aqueles geridos pela DDE, com o objetivo de incentivar os alunos na contratação de pacote de dados e/ou aquisição de computadores”, detalha o professor Moacir França, diretor de Planejamento e Gestão.

“Cuidado social”

“Eu nunca tive um computador pessoal, nunca comprei um, dadas as situações. Quando o ensino remoto começou, uma tia me emprestou o dela, comprado em 2005. O teclado não funcionava, então acoplei um. E ele travava todo ao abrir o básico mesmo para estudar, um pdf para ler e um word para escrever…”. Essa é a memória que Taynara Rafaela (27), do 2º período de Administração, guarda das primeiras aulas que fez remotamente.

A dificuldade não era só de aparelho, mas também de conexão. Taynara mora no mesmo lote que os pais, em casas separadas. “A gente usava uma única rede de internet para duas casas porque eles não têm muita condição, então dividíamos e a conexão ficava bem ruim”.

Os desafios, que já estavam desanimando a futura administradora de estudar, foram superados com três auxílios que ela recebeu do CEFET-MG: para compra de computador, de pacote de dados e uma bolsa assistencial. “Então eu peguei os R$1.500 do notebook, os R$300 que vou receber mensal (de bolsa permanência), juntei os dois e comprei um equipamento muito bom, parcelado, no cartão que essa mesma tia me emprestou. A importância dele para mim chega a ser imensurável. Na pandemia nós ficamos sem trabalhar, eu não tinha como fazer essa dívida, então foi uma coisa surreal”, comemora.

Taynara, que agora usa o computador para trabalhar e estudar, pôde adquirir também uma conexão melhor e está realizada por conseguir estudar sem limitações tecnológicas. “Não consigo agradecer o tanto que eu preciso porque realmente me ajudou demais e sou muito grata mesmo. Eu avalio essas ações do Cefet como um cuidado social com o aluno, para ajudá-lo a não desistir.”

Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/CEFET-MG